Interrogação
Quando eu não sou eu, quando eu sou o outro, mas o outro eu não conheço, assim como não conheço a mim mesmo. Então o que sou se perde dentro da mente perturbada de um ser que não reconhece a própria face e que não sabe se deve temer aquele que se apresenta frente ao espelho. O que eu vejo? É real? Eu vejo? Ou será tudo apenas fruto de minha mente doentia, perturbada, tentando encontrar estímulos para ter a simples impressão de que ainda respiro, de que ainda há vida?... Quem sou eu? Eu sou o outro. Quem é o outro? O outro não sou eu. Eu não sou eu. Sou apenas minha própria interrogação. Sendo minha própria pergunta, sou um vazio que não encontrará resposta. Uma lógica que não terá razão... Questionamentos frente a um abismo que me impede de avançar, sem que me lance para dentro de sua perturbadora escuridão.