Sonho e Espuma
Por entre as frestas de minha janela entra um pouco de luz que teima em dissipar as trevas dentro de mim, em vã tentativa.
Só há escuridão e melancolia aqui.
Estou cansada desse silêncio que adentra meu quarto e dessa solidão em minha alma.
Apenas o grito ecoado no meu interior se ouve.
E já não há pra onde fugir, não há caminho que esta luz ilumine, não há refúgio sem o amor perdido.
Estou só em meus pensamentos
Cessou o abraço amigo e a voz companheira. É só saudade e tristeza, um luto da perca de meu sorriso.
Minha alma definha, em farrapos se vai conduzindo em indiferença, numa mente doente sem paz.
Estou ressequida, esmorecida, atordoada.Um mal de amor que voou e me deixou.Um maldizer que me atacou e parece não ter cura.
Fecho os olhos pra ver se escapo desse pesadelo...
Durmo, sonhos e vôo através das nuvens que são espumas e bolhas de sabão.Espalham-se, me levam ao cume de um monte alto, esfumaçado, de onde não dá pra ver o sol. É ai que como que num ritual sagrado a fumaça sobe acenando pra mim.Acordo. Estarreço-me e volto ao começo, de onde nunca sai.
Volto pra realidade, há muito que se fazer aqui.
Paula Belmino
*Visitem meu blog
paulabelmino.blogspot.com