Por onde anda a minha cartola mágica?
Em que vidro guardei o meu pó de pirlim-pim-pim?
Eu sigo nos contos que esqueci de contar.
Outros onde eu mesmo estaria.
Transito entre o belo e o nem tanto assim...
Começo sempre pelo final, não pretendo perder-me no meio-termo.
Tendo em vista á chegada, retorno em segurança quase estúpida.
Guardo em meus ombros as marcas da minha pesada armadura.
Sou homem de lata enferrujada.
Que não abrigou-se das águas.
Corredeira abaixo.
Oscilo entre sandices e uma lucidez mórbida.
Que tiram o fôlego de pessoa qualquer.
Então, eu não acabo de descrever-me?
O peso em meu ombro não é mera coincidência.
Foi o momento a seguir.
O que ainda não houve.
O espetáculo quase pronto.
Quase ensaiado.
Quase assistido.
Quase aplaudido.
Quem mais além de mim, pode sentar-se na platéia do mundo, vestido assim?
Completamente invólucro em latas retorcidas.
Não é possível esquecer a cartola, nem o pó de pirlim-pim-pim.
Eu trouxe o riso desconcertante de quem nada lembra!

alanee
Enviado por alanee em 21/02/2009
Reeditado em 16/03/2009
Código do texto: T1450689
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.