Avante

A vida é quase assim, em preto e branco. Em sépia talvez.
Quem quiser que se vire e faça-a colorida a seu modo, as suas próprias pinceladas.
Ou pode-se apenas ficar parado do lado de fora esperando um fio de tempo (como fazem as crianças no carrossel) e arriscar-se com um pulo somente.

Melhor não esperar por tudo, nada é tão desnecessário quanto esperar.
Espera-se pelo que virá, pelo que irá, até mesmo pelo jamais ou nunca mais.
Entrando nos “labirintos” é que se entende o caminho, nem é preciso avançar.
Ou eu continuo cinza, ou estou em brasas incandescentes.

Esmurro a porta da minha imobilidade, até que jorre o sangue prometido.
Eu que prometo a mim, a ti, e a quem mais habilitar-se a ouvir-me.
Prometo a retina congelada, a vida outra vez em sépia, o farol apagado.
Não me parecem injustas minhas promessas, se eu mesma desfruto dessa insanidade absorvida num mata-borrão, ou será impressa em pergaminho?
Enfim... cansei de falar pra ouvintes surdos.Desnudos.
Nem adiante tentar explicar coisas óbvias, falta lucidez.


alanee
Enviado por alanee em 17/02/2009
Reeditado em 16/03/2009
Código do texto: T1443860
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