SÉRIE ALMAS PEQUENAS Nº 15 - O MATERIALISMO
De tanto aprender que é preciso estudar pra ser alguém;
Tornou sua mente um glutão armazém, vendeu seu coração pra ambição;
E apontou sua visão ao que a fortuna alicia e até além;
Perdendo o bem que a vida tem, julgando pouco ter teto e pão!
Não quer doar as suas faculdades para realidades gratuitas;
Quer posses irrestritas, sonha mais alto que os rincões siderais;
Trabalho a mais só por vantagens adicionais, suas metas de aquisição são infinitas;
Enquanto as almas estão contritas, a sua planeja lucros salariais!
Jamais se atém perante os detalhes de sua vivência;
Na sua prole pouco pensa, sequer assiste seus momentos mais marcantes;
Corre em proporções extenuantes, afunda a relação em movediça carência;
Ganho financeiro não dispensa, opta por metas que matam outros instantes!
Correu a vida inteira o alucinante e insaciável materialista;
Perdeu de vista a pobreza de espírito onde há muito sucumbiu;
Não chorou e nem sorriu, nem teve tempo de incluir o viver na sua lista;
Morreu e apodreceu em lápide de ametista, e sua fortuna outra pessoa usufruiu!
“O mundo está mais cheio de ricos miseráveis do que de pobres infelizes” (Reinaldo Ribeiro)