SÉRIE ALMAS PEQUENAS Nº 14 - O OPORTUNISMO
Há uma raposa espreitando o celeiro e há também quem tente se valer da alma boa;
Sua aproximação nunca é atoa, a sua mão que estende não faz de graça;
Em geral parece boa praça, em trabalhar a própria imagem se aperfeiçoa;
Sua intenção jamais ecoa, para o triunfo do intento que disfarça!
Quer seja pelo bem material ou pela obtenção de algum poder;
Aceita subornar ou se vender, viaja para os fins ignorando os meios;
Destila galanteios e muitas dádivas como armas para corromper;
E o seu prevalecer é meta dominante e que lhe embala os devaneios!
Não há um só lugar que esteja livre ou protegido contra o oportunista;
Esse maquiavélico artista, que é perito no sofisma sedutor;
Fala de paz e de amor, mas tudo que já lhe importou é a conquista;
Um adestrado equilibrista, que só avista o que lhe favorável for!
Mas erra gravemente ao se julgar ator brilhante eternamente;
Pois se depara de repente com suas máscaras subtraídas;
As suas metas pretendidas podem morrer ainda no estágio de semente;
Posto que a ambição que lhe rende é a mesma que lhe prende, sem deixar saídas!
“Sempre se avistam aves de rapina onde houver decomposição e no mínimo dez oportunistas para cada forma de locupletação!” (Reinaldo Ribeiro)