AVANTE, AMIGO (A), AVANTE!!!

A maioria dos homens gasta a primeira parte da vida em tornar desgraçada a restante.

Jen de La Brugére

Transformarmos “marolinhas” em ondas encapeladas não é só infantilidade, é estupidez. Problemas, sentimento de vazio, certo incômodo com o “sem razão” da vida, são coisas pelas quais passamos, ninguém escapa. Nem mesmo os mais consagrados religiosos. No fundo, há um lado bom: atesta que estamos vivos, somos críticos, estamos insatisfeitos, queremos algo, queremos avançar, enfim, queremos Sentidos.

Nosso cuidado, como disse, há de se centrar nas medidas exatas dos fenômenos. Enxergá-los como são e encará-los de frente, sem receios, sem medos. Devemos limpar o terreno de impressões ingênuas, de leituras equivocadas. Devemos, por mais que nos magoem, ir aos gestos semânticos profundos, rasgar véus, máscaras, atingirmos, resolutos, as auto-ilusões.

Não é tarefa fácil, mas, sem dúvida, é um “imperativo categórico”. Ninguém poderá fazer isto por nós. Nesta árdua empresa, nossa aliada confiável é a Sabedoria. Sim, pois somente ela, quando verdadeira, aprumada, nos ajuda a saborearmos nossas próprias angústias. Até as ondas revoltas são dominadas, são analisadas como devem, não as subestimamos, tampouco as vemos inelutáveis.

Em vários momentos de nossas jornadas, o que é colorido, de repente, perde toda graça e somos empurrados para um turbilhão de dúvidas, de inquietações, de desequilíbrios. Parecemos impotentes, reclamamos por estímulos externos e ficamos à mercê de impulsos “prosaqueanos”. Nossa sadia e imprescindível “satisfação racional” é atirada ao lixo e, tresloucadamente, vociferamos: ninguém é tão infeliz!

De minha parte, espero superarmos esses solavancos de “patologizações”, esses rompantes de doidices. Amigo, encaremos esse mundãozinho besta de face erguida (levando, óbvio, em consideração sempre o outro), não nos sujeitemos à esterilidade, perscrutemos nossas intenções, nosso interior, nossa alma, estudemos, para valer, nossas deficiências, nosso potencial, derruamos nossas vacilações, nossas dúvidas infundadas, nossos conflitos, resistamos às ameaças, tragamos à luz as lídimas forças de que Deus nos dotou e, duvido, duvido mesmo, se não seremos mais que vencedores.