Queria
Queria poder olhar para o céu
Fazer sinal a uma estrela
Pedindo que o mundo pare
Para que eu possa descer
Queria poder olhar minha raça
A raça HUMANA
E não sentir vergonha de tantas coisas que ela fez
Queria poder receber de todos olhares fraternais
Queria ver todos se tratando como bons companheiros de viagem
Nesse pequeno planeta que dá voltas pelo espaço
Queria poder abraçar cada pessoa do mundo
Transmitir carinho e amizade
E ser correspondido
Queria poder falar
Cantar
Gritar
Me expressar
Da maneira que meu coração manda
Sem ter que me ajoelhar diante de tolas regras sociais
Falando em social
Queria que as diferentes sociedades sumissem
Para que os homens deixassem de se identificar com elas
E que cada um se identificasse apenas consigo mesmo
E com todas as coisas que existem sobre o mundo
Queria que as pessoas deixassem de olhar para o alto
Buscando luz e redenção
E olhassem para dentro de si mesmas
Queria que as pessoas amassem umas as outras
Como afirmam amar seus deuses
Pois ninguém pode amar o invisível
Se é incapaz de amar quem está ao seu lado
Queria que as crianças fossem educadas
A portarem-se como se fossem todas iguais
Não melhores por cor, raça, religião
Queria que os jovens parassem
Pensassem
Poderassem
E concluissem
Que apesar das coisas não estarem nada bem
Ainda podemos mudar
Podemos e devemos
Queria não ser chamado de utópico
Quando digo acreditar em um mundo melhor
Aliás
Queria que as pessoas procurassem cuidar desse mundo
Sonhando transformá-lo em um paraiso
Ao inves de destrui-lo esperando que como recompensa surja um paraiso do nada
Queria que as pessoas notassem
Que dentre as diferenças que possuem
Nenhuma faz realmente diferença
E que dentre as coisas que dão tanta importancia
Nenhuma é realmente importante
Pois no fundo somos todos iguais
E o que realmente importa é a paz
Por dentro e por fora
Eu queria, queria, queria...
Queria não precisar querer tudo isso
Que tudo já fosse realidade
Ou que eu não me importasse que não sejam
E vivesse minha vida tranquilamente
Enquanto arvores, plantas e animais são destruidos pela inconsequência humana
Mas eu quero
Quero e continuarei querendo
Como a ingenuidade de uma criança
Pois sei que enquanto houver quem queira isso
Ainda haverá esperança
Ian González.