SÉRIE ALMAS PEQUENAS Nº 12 - O EXIBICIONISMO
Câmeras desligadas, palco às escuras e mesmo assim segue disposto a se exibir;
Ouvindo multidões a lhe aplaudir, vivendo sob os flashs da miragem;
Julga-se farto rio em plena estiagem, do magnífico o elixir;
Célebre adora se sentir, sem pelo menos intuir que sua essência é maquiagem!
A sua frívola missão lhe satisfaz pelas bandejas da ilusão;
Quer ter aprovação, precisa urgentemente ser o centro de atenções;
Vence-lhe a mania das ostentações, sofre de patológica pulsão;
A mais imperdoável agressão é dar-lhe as costas, em vez de ovações!
Melhor o prato sem feijão do que o armário sem moda;
O seu mundo gira e roda na lei da gravidade teatral;
Onde lhe basta ser cinema surreal, que lhe exibe e nada cobra;
Que o bom senso desdobra, saboreando o céu em pleno lamaçal!
O exibido pisa espinhos sorrindo, sempre atuando em telas de flores;
É astro que foge das dores, drenado por sonhos forjados;
Quer estar nos murais estrelados, quer o assédio das cores;
Ele é escravizado por muitos senhores: seus confetes imaginados!
"A sede por holofotes que tipifica o exibido é seu hábil meio de manter ser verdadeiro ser inobservado"