Navalha de névoa

Esse amor que te dedico,

Sem cobrança, sem esperanças, nem sentido,

Um amor mais que proibido

Que chega a dilacerar a alma,

Como uma navalha afiada,

Um saboroso desejo inacessível,

Como um baralho com cartas marcadas,

Um sonho de vencer impossível,

E quando encontro em tuas poesias,

Duas ou três palavras que possam me apegar,

Sinto meu coração estonteante palpitar

Como se fosse explodir de tanta alegria,

E quando me ponho a procurar,

Vejo que não foi pra me dedicar,

Que fizestes tais perfeitas maravilhas,

E como um ataque de ousadia,

Tento chamar tua atenção,

Mesmo sabendo que não deveria,

Porque pertence à outra, essa divina expiração.

lethicia
Enviado por lethicia em 20/01/2009
Reeditado em 20/01/2009
Código do texto: T1394759
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