SÉRIE ALMAS PEQUENAS Nº 10 - O PEDANTISMO

A quem se arvora de um conhecimento que em verdade ignora;

E nem se apavora perante a péssima qualidade de sua pretensão;

Cuja postura é vitrine da bajulação, que é feiúra por dentro e teatro por fora;

Digo que a paga da esmola há de ser a palmatória que achará seu coração!

Minúsculo e cego, esse mendigo da virtude se nega aos humildes acenos;

Preso a valores terrenos, percorre obcecado a tenebrosa vereda presunçosa,

Endossa a famosa crença perniciosa que o equivale a seus proventos;

Viaja iludido por perigosos ventos, concebe sua alma sublime e honrosa!

Narinas em riste, a todos assiste qual por superior degrau;

O cúmulo de seu mal coabita em sua íntima luxúria sociológica;

Doença fisiológica, que o coloca no coma de um pseudo-pedestal;

Filho da debilidade moral, mas julga pra si o requinte da lógica!

O problema é que morre e perece à semelhança de todos a quem menospreza;

Seu culto egocêntrico tem pressa, mas não chegará ao intento pretenso;

Quando seu tombo é imenso, a dor lhe ensina que somos da mesma remessa;

Mas quando o juízo se engessa, sumirá afogado por seu amargo veneno!

“É mais fácil ceder a lua ao reino o dia, do que ver o arrogante morrer na alegria” (Reinaldo Ribeiro)

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 20/01/2009
Reeditado em 23/01/2009
Código do texto: T1394664
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