TRAJETÓTIA
Revirando os meus guardados
de dez,vinte anos passados,
eis que bate à porta
de minhas lembranças,
o momento em que fui nocauteado.
Arrancava o medo pelas unhas
e o faço até os dias de agora,
porque preciso da saudade,
madrugada varada de copo na mão.
Solidão,desventura,
que vou guardando e acomodando
no vão da vida,assumindo pois,
o meu lugar;
que nos meus guardados lá de tras,
vivia a vida do lado de fora
comendo frutas coloridas
e nem sempre a de melhor sabor.
Retiro do vão da vida
os meus guardados e segredos
ferindo a carne dos nossos verbos imperfeitos,
para então,encontrar-me risonho
de sapatos coloridos.
Devolver ao peito,
minha fé perdida
e o amor que se espalha ao vento.