Um bom sentido para o futuro

E de repente todas aquelas imagens fazem sentido hoje. Um passado que toca a alma e faz você sentir por alguns segundos a mesma vibração daquele dia legal.

Tornei-me mais sensível, e isso não é mais novidade, porque quando antes escondia o que sentia, o vazio ia embora ao escrever. Hoje que exponho os sentimentos às pessoas, corro o risco de ser enganada, ou de ser esquecida.

As águas levam embora todo o sentido, e com o sentido, a sensação que a vida tem em desfrutar do sentimento humano. Algo que somente a gente pode ter, algo destinado ao grupo mais distinto e capaz, nós mesmos.

Não sei se aquela viagem, aquele dia no parque, aquele cinema, ou aquela ida a beiramar satisfez nossa alma em poder dizer que a gente se amou de verdade. Há quem se lamente e eu lamento ter deixado as emoções mais fortes acontecerem com o mesmo pulo que o coração dá ao despertar no corpo as palpitações.

Não é poesia nada disso, é o retrospecto da vida ao meu girar de frases, onde você considera alguém importante e um dia nem ser mais colega dessa pessoa. Porque será que essa merda de maturidade mata o ser humano? Deixa ele chato, sem graça, sem sal, sem apetite pra dar boas risadas. Por que as pessoas mudam tanto o seu jeito de ser pra ficar dentro de um padrão social? Por que tem gente que um dia foi inigualável e hoje é só um pingo arrogante na terra? Por que você tem lembranças ótimas e quem estava junto não tinha a maior importância?

Será que quando livres de responsabilidades, deveres e qualquer reação, somos mais felizes?

Eu só sei que meu passado foi bom e meus melhores momentos aconteceram quando eu tinha 16 a 18 anos de idade. Eu tentei resgatar muita coisa que foi boa, mas hoje não é mais. Aí acontecem os surtos, porque você se vê longe do que te fazia bem. Fazendo a sua vida virar lamentação atrás de lamentação.

Sabe, eu lembro das confidencias, lembro das ações de rebeldia, lembro até dos cheiros que as pessoas tinham. Tem gente que marca nossa vida na adolescência, e eu queria muito que as pessoas tivessem mais tempo pra poder dizer que amam as outras.

Mas na realidade eu sei por que esses foram meus melhores momentos. Porque eu conheci com detalhes e aprendi com boas recepções as revelações instintivas de se declarar sem medo de errar. De poder falar tudo que eu sentia e dispor de tudo que eu queria pra ser feliz. Mas hoje eu conheço a mágoa, a malícia, a desconsideração, o egoísmo, a insensibilidade. E lidando com esses defeitos, as pessoas não fazem mais amigos como antes, pois as mesmas omitem o que sentem, e essa que é a grande maturidade. Você desconfiar das pessoas, ver defeitos nas coisas, reclamar que algo não está bem, disputar lugar com uma competitividade idiota. Será que vale a pena amadurecer pra ficar mais ligado pra ver quem te passa pra trás? Ficar vendo quem tem mais dinheiro pra poder se dar bem?

Eu acho que as pessoas hoje em dia fazem muitos planos, e planejamento demais endoida qualquer um. Acho mais ainda que mesmice chateia qualquer outro. Que rotina então, nem se fala. Rotina mexe com o psicológico, talvez por isso exista a depressão. Porque não são capazes de fazer algo novo, mudar certas opiniões... Ficam sempre batendo na mesma tecla, e eu mesma sou uma errada, não saio desse ponto X aonde fui colocada para o jogo.

O que adianta ter idéias, ter criatividade, ser única, fazer bem certas coisas, se o que importa mesmo é dinheiro? É, eu sei que a culpa é minha, porque se eu fosse boa em descobrir aonde enfiei a minha coragem, as coisas estariam nos seu devidos lugares.

No final de toda essa reflexão sobre o que as pessoas deixam de ser quando maduras eu digo uma frase inventada por mim agora “Se a vaca continuar no mesmo pasto que você estava, tente dar oi pra ela, não conseguindo, fale Muu”