Coração.

Era pedra sim.
Eu mesma a peguei nas mãos.
Eu mesma certifiquei -me.
Era pedra sim.
Resolvi esculpir um pequeno coração.
Coisa qualquer que lhe desse a idéia de vida.
Era árduo o meu esforço, dobrei-me várias vezes, quis desistir.
Quebrar, arremessar ao longe...
Mas sempre insisti, persisti.
Descobri que era possível.
Fazê-lo pulsar.
Meu labutar não seria em vão.
Um dia, ouvi algo batendo descompassadamente.
Incrédula compreendi.
Eu havia conseguido.
Pedra não era mais.
Agora era um pequeno e desritmado coração.
Onde moraria, grande emoção.
Olhei atentamente... Minhas mãos cheias de calos.
Não me contive, gargalhar era a minha.
Grande recompensa!
Esculpi.
A minha eterna morada!
alanee
Enviado por alanee em 13/01/2009
Reeditado em 16/03/2009
Código do texto: T1381805
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