Berço de Miseráveis...

Filho de uma mãe gentil

Pátria amada que consumiu

Filhos de único barril

Educa por um funil

Fontes de algumas incertezas

De pratos vazios na mesa

De ostras lotadas na realeza

Sonho de cegos no paraíso

Nesse povil de aflitos

Que buscam um sol no sorriso

Lardima de frutos das hortaliças

Somos frutos dessa mesma Maria

Que gerou filhos exilados

De pontos e nós marcados

Nessa genitora falida

Acaso de esperanças e serpentes

Nesse inferno de correntes

Porcos criam umas sementes

Que brotem nesse tártaro de imas

Ligados nessa mãe adormecida

Que finge cuidar de filhos inconseqüentes

Suas estrelas reprimem

Seu azul nos exige

O que nós devemos fazer

Amarelo da esperança problemática

Nessa democracia que grandes baús falam

Guardados para cartas marcadas

Nessa pátria que nos pariu

Filhos do engenho

Da senzala de cinzas

Marcadas a ferro brasa

Mãe de reis

Pai de miseráveis

De portos de muitos fregueses...