SÉRIE ALMAS PEQUENAS Nº 08 - A MALÍCIA
Quando a maldade extravasa, ela costuma se abrigar até na inocência;
Desde que conte com a anuência de um determinado personagem mui jocoso;
Que a tudo vê segundo o seu olhar malicioso, sem compaixão e sem clemência;
Que estoca lixo em cada cena que pensa, que só produz tudo que for indecoroso!
Sua sentença é generalizada vala comum;
A amoralidade não faz jejum quando desfruta de seus apetites;
Sua má interpretação não tem limites, se dá a intuir sem nexo algum;
É de uma deslealdade incomum, mas complacente perante os seus deslizes!
Os olhos do malicioso são produção industrial de pura mácula;
A sua mente é aguda faca, mas sua língua é desprovida de sinceridade;
É um açoitador covarde, que exclusivamente pelas costas nos ataca;
Saqueia ingenuidades qual pirata, não acredita no existir da idoneidade!
Cessa n’algum ponto desse mundo seu universo mais deprimente;
Mas quando a consciência está doente, tudo se torna plenamente pavoroso;
Mesmo o ser vivente mais honroso, igualmente não reputa por inocente;
Tudo é completamente indecente na suja mente de um ser malicioso!
“O nível de impureza que transcende novos corpos costuma ser equivalente ao que se esconde em nossas almas” (Reinaldo Ribeiro)