A CARA SEM DISFARCES...
A cara era sem disfarces
A astúcia, seu trâmite...
Propagava eficiência
Sem precisar de artimanhas
Nem quaisquer intrigas,
Sequer uma palavra emitida...
Este era um seu recente dom
Manifestava sua nobre arte
Sem mostrar, que fosse
A mínima pontinha da língua!
Concretizava proezas
Sem o menor esforço...
Nem uma gota de suor,
Nem um gesto,
Nem um esboço de sorriso
Sequer uma ameaça de tosse
Escapava de seu impávido semblante
Era uma magnífica estátua
Sem nenhuma emoção distinguível...
Seu espetáculo não fora em vão!
Enfim ingressara ao raro rol
Dos indivíduos perfeitos
Por isso,
Fora lindamente homenageado
Por todos os presentes
Por dezenas de coroas de flores
Ali estava ele!
Deitado, inerte ao caixão
Magnificamente morto
Impecavelmente trajado...
Aquele poço de exatidão!