Lapidação

Lapidação

Vanderli Granatto

Quisera saber lapidar as pedras do caminho.

Extrair os exemplos que ali estão contidos.

Polir e recolher os brilhos com carinho.

Mas o amargor que muitas exalam deixa-nos descrentes,sem querer tirar nenhum valor, que ali contem.

Queremos esquecer o que nos fere, machuca, nos faz infelizes.

Muitas vezes tentamos ignorar as pedras.

Passar por cima dos problemas que nos afetam.

Mas outras pedras se juntam, tornando a vida espinhosa.

A tristeza vai se acumulando, mais tristes ficamos.

Com tantas insatisfações, podamos a razão, nos perdemos nas emoções.

Num ato de explosão de sentimentos que foram ficando retidos, encarcerados na mente, vem desacatos...

Explosão violenta, fúria de ventos, marés altas, tempestades geladas

que atingem implacavelmente, a quem isso se destinou.

Logo o cansaço vence, abrandam-se os ventos, a calmaria eletrizante se faz presente.

Paralisia total, inércia no pensamento.

Cái por terra o acontecimento que o abalou, abateu.

Nos recolhemos para esquecer o incidente, que magoou, destruiu.

O tempo entra em ação, nos forçam a seguir em frente.

Milagrosamente são renovadas as forças.

Regressamos...

Da inércia ressurge uma voz ...

Das reflexões surgem os valores e desvalores.

Como valorizar o bem sem conhecermos o mal?

Sem o atrito, sem conhecer a dor, não sabemos valorizar devidamente,

o verdadeiro sentido da vida.

Se soubermos polir as pedras que estão no caminho,uma a uma, nos darão mostra de que toda experiencia é válida, para o próprio crescimento.

No universo diversificado de sentimentos e atitudes, a pessoa ganha nas experiencias, a sabedoria.

Poderá se conduzir melhor, levar seus projetos a uma elevação maior.

Agir com atitudes mais coerentes diante de novos casos e a vida ganhando sempre um novo sabor, com restrições e irrestrições sempre a repensar.

Vanderli Granatto

Em 27/12/2008

Botucatu/SP