Outro Tipo de Fé.
Ao lembrar de minha mera infância percebo que já era solitário, um desafortunado por asssim dizer.
Cresci sem amigos, sem namoradas, isolado e ensinado a ser assim.
Mas tinha sonhos e recordo-me bem que tinha uma única fé:
Que conseguiria trabalhar e viver do que mais amava fazer que era... Criar.
Havia mundos e personagens que brotavam da mente de uma criança solitária e esquecida.
Mesmo aceitando que nunca teria alguém ao meu lado eu vivi anos com essa única e imutável fé, mesmo após inúmeras desilusões, perdas e experiêmcias que não me foram permitidas viver.
Mas esqueci que sempre fui um desafortunado.
Para você leitor, sua vida pode ser boa, apesar das pedras no caminho, já a minha vida, é uma prisão feita dessas pedras.
Na verdade eu nunca tive um caminho.
Deus me pôs nesse mundo somente para sofrer, cumprir a minha sentença.
Mas me entrego confessando que é tão difícil esse fardo. Tão dolorosamente difícil.
E a cada dia de cárcere que passa estou me transfomando, me estragando, apodecendo por dentro.
Só posso ter outro tipo de fé agora...
Que tudo acabe em breve, que minha vida tenha um fim logo, pois não tenho mais forças para permanecer parado, preso nessa estrada sem caminho.