Fórmula do Amor

Percebi recentemente que falar de amor é sempre a sensação. Os medos e as verdades são varridos para debaixo de um tapete florido e surrado chamado amor. Usam este sentimento como um amortecedor de quedas e muitas vezes, o resultado não sai como esperado. O assunto em foco é o amor porque é mais fácil falar dele. Apesar das atrocidades que acometeram nosso mundo, quase todos já foram amados ou/e amaram. E então, desapontados. O amor é descrito como algo indescritível, mas ninguém deixa de procurar sua fórmula secreta. Estão sempre por aí, escrevendo e recitando, tentando expressar algo imaterial. Há tantas formas de amar e demonstrar amor, que nem sei se algum dia vou me conformar de que consegui descrever em palavras o verdadeiro amor em sua plenitude. Difícil afirmar se alguém já o fez ou fará, sem desmerecer meus brilhantes colegas que deixaram marcadas para sempre suas emocionantes mensagens de amor. Só sei que a minha mente tem tanta ambição por falar dos mais variados sentimentos, controvérsias e realidades, que eu me sentiria egoísta e limitada por mim mesma se não ao menos tentasse expressar todas essas idéias. O amor é mesmo fascinante e enigmático, um sentimento inteiramente subjetivo que desafia a própria hermenêutica. Com certeza, falarei dele de vez em quando e para sempre. Mas não me prenderia a tentar eternamente decifrá-lo, sem sucesso, quando há tantos outros lindos sentimentos que absolutamente o compõem. Não há como ter um teto sem chão e paredes. Assim como o sentimento rei não existe sem as bases e pilastras que o sustentam. E, como nem o amor é perfeito, alguns destes pilares são desagradáveis e machucam, tornando não só importante, mas necessário que sejam externados e discutidos. Falarei, então, do amor como um todo, do amor real, sempre com os pés no chão. Deixarei o amor mascarado como assunto para aqueles que vivem suas fantasias e seus sonhos, talvez para fugirem da realidade ou por desconhecerem a complexidade deste magnífico sentimento.

21 de Dezembro de 2008

Ana Marlyny Monteiro Souza
Enviado por Ana Marlyny Monteiro Souza em 21/12/2008
Reeditado em 29/12/2008
Código do texto: T1346451
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