Desejo

Desejo

Tudo perece desabar!

Os dias sombrios;

as noites longas, sem brilho,

A espera do que não vem, ando por um deserto...

Não tem água e você se foi.

Tenho saudades e tenho sede.

Que imprudência!

Não trouxe comigo uma reserva, e você me faltou.

O sol é quente e o caminho é longo;

lentos e intermináveis são os meus passos.

A estrada parece não ter fim.

O calor é infernal.

ah! Tudo por um momento no paraíso!

De longe, vejo o que julgo ser uma visão.

Sinto sua dor, seu olhar...

seu coração pulsar perto de mim,

É forte como o batuque do Olodum,

estrondoso como o trovão em tempo chuvoso,

e apressado como os passos do avestruz.

É sua lembrança que me transtorna e me aproxima

do que ainda não existe.

Vejo-te, mas não és...

Sinto-te, mas não estais;

e, lançando um olhar para além do que vejo, constato:

é você, meu desejo, que antes fugira de mim,

e agora, atraído pela força implacável do sentimento e da razão,

meu coração, tua morada... Abriga-te e obriga-me a não te ignorar.

Porque como o presente, és, estais e sempre estarás,

Mesmo que, além do que os míseros olhos podem ver,

Morando eternamente em meu coração.

Caçador de mim
Enviado por Caçador de mim em 21/12/2008
Reeditado em 21/04/2009
Código do texto: T1346181