SÉRIE ALMAS PEQUENAS Nº 06 - O INDUZIDO
Quando a pobreza interior alcança proporções remotas e extremas;
Destaca-se em meio às almas pequenas, o que a si mesmo desmerece;
Que envelhece e nunca cresce, e vive sob abrigo de alheias tendas;
Não é pacifista ou de contendas, apenas sombras densas que à própria luz jamais adere!
Sua boca é serviçal e seu corpo é cão que ladra implorando por alguma ordem;
Seus temores lhe mordem e os neurônios sofrem pela falta de ofício;
Conformar-se é seu vício, jamais pensar em discordar para que lhe suportem;
A sua fé é comida na mão de um totem, não é profundo e nem indício!
Se acha elegante até no corpo de um elefante, se assim disser a moda recorrente;
Jamais contraditando a predominante gente, sua razão não tem sotaque individual;
É mero imitador porque seu ego é teatral, da selva hipócrita é o chacal mais sorridente;
Sua personalidade é ausente e seu valor doente convalesce em estado terminal!
Não veste o que prefere, nem faz apologia por se dizer idealista;
Não passa de um grande pessimista, jamais irá voar por ser gralha de cativeiro;
Seu caminhar é tão rasteiro, que nem os pés do chão consegue levantar;
Seu mundo é triste e pesado é seu ar, pois vive a procurar sem nunca achar um derradeiro paradeiro!
"Quem não tem autonomia para ser si mesmo está condenado a ser o resto desprezível de todos os outros" (Reinaldo Ribeiro)