Poema Gráfico Vérbi-voco-visual (Joyce) Concreto & Poema Não-Concreto.

O poema vérbi-voco-visual

(Joyce, o de Ulysses)

Concreto está

Pro não isso,

Assim como

A pintura Não-Figurativa

Está pra aquela não assim,

Numa perspectiva metaFÓRica

Desse aFORisma.

Pois, a pintura figurativa,

Analogamente à Teoria

Aristotélica dos conceitos

Da linguagem filosófica,

Tem como REFERENTE o rosto,

-A paisagem,

A natureza morta-,

E, como SIGNIFICADO (ou SENTIDO) do SIGNO

(Semiótica; Linguística das Línguas e Linguagens)

Uma CONCEPÇÃO desse rosto,

E, como SIGNIFICANTE os TRAÇOS da pintura,

E, analogicamente,

O poema não-concreto

Tem como SIGNIFICANTE dele, SIGNO, primeiro,

Os fonemas e sílabas das PALAVRAS ("VOCO")

Como unidades da falada língua,

E, como significantes segundos, derivados,

As LETRAS dessa palavra escrita ("VÉRBI").

Já o poema VOCO-VÉRBI-VISUAL

Está muito mais atento ao DESENHO

do conjunto das letras

Do poema recitado,

À sua configuração,

À sua formatação (tipo)gráfica

Sobre o fundo do espaço em branco,

Como já também [desenho, configuração, formatação]

Válidos SIGNIFICANTES,

Em sua própria forma A-PRESENT-adores

De algo, ou de um SIGNIFICADO, em si mesmo,

-E não apenas como RE-PRESENT-ações de outras coisas-,

Tal como se dá,

De modo não figurativo,

Nos quadrados e retângulos

Coloridos pintados (pelo francês?) Mondrián

E nos quadros do russo Malévitch

(Suprematista e/ou cubo-futurista?).

---Gabriel da Fonseca.

---Às Amigas Amadas; À Adorada eSTrELA!; após a minha intuição desse aforisma encontrei em Verdades Tropicais de Caetano Veloso, p. 212, 1998, comentário sobre a poesia concreta segundo o poeta paulista Augusto de Campos, que a relaciona com Mondrián e Malévitch.