MARCAS DA PUNIÇÃO

No berço do pecado

Fato consumado

Por carência e desejos

Foi buscar em um beijo

Algo que se chama paixão

O tempo passa como um raio

Lembranças punindo seus atos

A marca em seu interior recente está

Algo está agindo em seu corpo

Sensações de arrepios e insegurança

Vem sufocando ao imaginar

Que algo em seu ventre está

Cenas dolorosas sob palavras tenebrosas

Lágrima devasta sua face

Como oceano nervoso

Seu eu não mais ali está

A alma invadida por acontecimentos reais

Ódio e desprezo tornam-se parte dos seus dias

Coração ainda machucado

Olhos expressando dor e angustia

Seu ego, sua alma já não a pertence mais

Debruçada em sua janela

Presenciando dias de sol e chuva

Esperando o tempo passar

Lança ao longe olhar inconsciente

Procura algo que não sabe explicar

Sem saber que seu corpo tomado está

Naquela noite de desejos e ilusões

Algo no seu ventre foi plantado

Nove meses se passarão

Deu a luz a uma linda criança

Que por marcas de um passado

Rejeitada ficará

Ao olhar aquele semblante

De anjo inocente

Não consegues entender

Nada mais lhe importa

A não ser ficar inconsciente

Para mais nada presenciar

Seus braços não conseguem embalar

Aquela pequena semente

Que por sua vez veio ti salvar

Angustia do pecado e da traição envolve sua mente

Coração se transforma em pedra

Suas veias secam-se feito raiz sem adubo

Sem forças para caminhar

Não vez que Deus enviou aquele anjo

Como fonte de alimento

Para que possas voltar a continuar

Sem sabedoria e nem discernimento

Sem pensar em mais nada rejeita aquele anjo

Veste seu destino como um leque

Fechando seu corpo com suas asas

Pagando pela punição daquele passado

Despede-se da vida sem ao menos cogitar

As escuras no seu leito padece

Com uma faca em uma das mãos

Seus pulsos jorrando sangue estão

Aquele anjo que rejeitasse

Veio lhe confortar

Ao escolher seu destino

A punição se tornou um preço

Um preço impagável

O preço da salvação

Diante de uma luz cinzenta

Vultos voam sobre seu corpo

Vozes vêm aterrorizar

Coberta com uma manta negra

Sua alma fora levada

E aquele anjo foi arrebatado

Para ela a punição era sua morte

Para Deus a punição era restaurar sua fé

Regiane Rubin
Enviado por Regiane Rubin em 15/12/2008
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