JANELA OPOSTA
Observem as portas do centro da cidade,
As ruas mortas do fim de semana...
Passageiros solitários, fantasmas de rua,
Onde o trem dorme sossegado,
As vitrines encontram-se fechadas,
E o pipoqueiro nem existe...
Observem estas portas espelhadas,
Onde acomodo os cabelos,
E a camisa nas calças...
E vaio o vento que balança a chaminé,
Desperto o meu medo,
De faro aguçado...
Acordo um telefone,
Mudo, surdo,
Numa sala trancada, chamada esperança...
Num desses espelhos,
Estarás, minha amada,
Retocando o batom na janela oposta...