DO CIÚME...
O amor é forte como a morte, e duro como a sepultura o ciúme.
Cantares
Entusiasmo sem razão equivale, digamos, a um fazer “nadificador”. Que lógica, portanto, norteia nossas ações?
Qualquer relacionamento nesta vida não basta por si, não vale a pena se não houver Vida no relacionamento. Assim, vínculos emocionais profundos e experiências transcendentes são decorrências naturais.
Neste exercício, nos esbarramos com um fenômeno complexo: o ciúme. Ninguém menos que Santo Agostinho afirmou: “Aquele que não é ciumento, não está apaixonado”. Duvido existir um só sujeito que não sinta ciúme do objeto amado. David M. Buss – em seu livro “A Paixão Perigosa: por que o ciúme é tão necessário quanto o amor e o sexo” -, é claro: “O ciúme revelou-se não ser apenas a marca de algum defeito de caráter. Expressa-se em pessoas perfeitamente normais que não mostram nenhum sinal de neurose ou imaturidade”.
Na verdade, o ciúme é emoção humana básica com uma carga deveras negativa em razão dos sofrimentos psicológicos dele advindos. É estado de espírito que se contrapõe a ameaças (não importa se imaginárias ou reais).
Sei que muitas vezes ele conduz um relacionamento a “infernos de discórdia e ódio”. Contudo, se usado sob as rédeas da Sabedoria, é, sim, imprescindível para o aprimoramento amoroso.