Reflexo do ônibus
Agora estou aqui, em um ônibus de viagem, indo para algum lugar, que não sei se é meu, não sei se algo ou alguém me esperam. O barulho do motor insulta meus ouvidos, o chacalho atrapalha minha leitura, mas mesmo assim ainda estou em silêncio, tenho a noite para contemplar pela janela, ou a paisagem escondida pela escuridão, que vejo ápenas com os faróis dos carros.
Aqui me sinto sozinho, mas uma solidão que me traz felicidade, pois sou livre de preocupações, problemas e conflitos. Enquanto estou na estrada, nada me vem a cabeça ou no coração, não tenho saudades, só desejo de voar.
Porém, quanto mais passa o tempo, mais o ônibus percorre a estrada, me dá um aperto no peito, como se aqui fosse um refúgio, um outro planeta, mas que essa fuga fosse um sonho, e a realidade um pesadelo, da qual não tenho escapatória.
Eu escrevo agora minhas angústias, e a única testemunha é a Lua Cheia, talvez sendo um sinal de luz, de esperança.
Mas o ônibus continua em movimento, e eu, pela janela vejo um jovem sentado, cabelos arrepiados e de olhos tristes. mesmo com o movimento do ônibus, ele permanesse parado, me olhando, como se quisesse falar comigo, mas não sabia como, queria saber o que eu esperava d vida, ou me falar pra não esperar nada, e sair em busca dos sonhos.
E quando apago a luz do ônibus, ele desaperece, some na escuridão, e continua ali, eu, o ônibus, a noite, e a estrada, até que eu chegue em algum lugar.