Dezembro, um suave chegar.....
Quando era criança amava o Natal sem saber bem o significado, gostava dos presentes, que chegavam de barco vindos de Belém lá na minha ilha que depois fui saber eram cuidadosamente comprados pelas tias e despachados pelo avô. O desapontamento veio quando vi uma boneca “Suzi” que chegou de canoa de dia, amanhecer nos pés da cama. Já era grande iam-se parte das fantasias, era assim a vida.
Dezembro sem que compreendesse trazia um tom de tristeza, mas sabia ser algo importante o “Natal” porque naquela data a avó lá da praia mandava fazer muitos deliciosos pastéis que comíamos acompanhado de refrigerante depois da missa. Por um longo tempo a nostalgia do Natal se apossava de meu aniversário e assim eu era triste no aniversário,queria entender porque nascera no Natal. Coisas, sentimentos diluídos pela vida, transformados e que cada ano ganha novo significado, ainda assim há que mais amadurecer.
Dezembro na família é cheio de nascimentos, avô (já em outro plano), pai, filha, eu, cunhada, amigos, ex-sogro (super querido). Dezembro de todos nós. Das luzes, do clima de solidariedade que temporariamente nos assola.
Dezembro dos presentes, do consumismo, do susto que tomamos ao perceber que com a chegada dele, mas um ano se vai, ou esvai. Resta-nos correr e planejar, dietas por iniciar,mudança de hábitos alimentares por implementar,eu por exemplo a jurar retornar as caminhadas.Mudar sentimentos,tomar coragem para aquela “declaração”, pegar o coração velho e duro e dar uma repaginada,buscar e tentar ser melhor.Dezembro das promessas e esperanças.
Para mim uma real e imperceptível “ruguinha” a mais. Um naco a mais de plenitude, um fio do negro cabelo, (hoje chocolate) que ganha um tom prata, um fio da alma que fica mais sereno. A menina ainda ta lá, e brinca de sorrir e quer pétalas de rosas pisar....quer sobre rosas namorar...
Dezembro, um suave chegar...