SÉRIE ALMAS PEQUENAS Nº 02 - O AMBICIOSO

A ambição para deixar de ser um bem e se tornar um mal, será questão de conotação;

Pois quando o dinheiro sobe do bolso e alcança o coração, surge uma pessoa escravizada;

Sem consideração por ninguém e nada, mirando em lucros sua visão;

Querendo algo mais que a satisfação, bebendo o cálice da fome indomada!

O ego ambicioso é mais inflado que a mais crônica vaidade;

O que se atribui à gananciosa imensidade, ao cego olhar individualista;

Esse escravo ser perde a humildade de vista e se julga da justiça ter imunidade;

É doença que avança com a idade e mata aos poucos todo valor altruísta!

Mal sabe o ambicioso que perde toda a vida querendo abastecer sua dispensa;

Que grande é a diferença do sono humilde para o travesseiro do abastado;

Aquele dorme sem o paranóico medo infundado, enquanto este teme que a pobreza lhe vença;

E sua mente nada espirituosa não pensa que seus bens não lhe seguirão naquele outro lado!

Na sua gaiola de ouro, cumpre pena o réu ambicioso;

Que na torre do indiferentismo odioso, despreza sua consciência mendicante;

Não irá muito adiante, seu breve futuro há de ser doloroso;

Porque nenhum ambicioso se livra das consequências do materialismo embriagante!

"A mais degradante de todas as pobrezas costuma adormecer no leito dos ricos" (Reinaldo Ribeiro)

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 08/12/2008
Reeditado em 23/01/2009
Código do texto: T1325324
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