Lembrança amarga
As vezes ainda me vejo no sertão
Sonhando mesmo estando acordado
Correndo pelas pastagens vestindo calça curta
Livre despreocupado e de pés no chão
Nunca imaginaria que hoje estaria aqui
Sendo apenas mais um cidadão.
Lá eu era o patrão apesar da pouca idade
Direfente do que estou vivendo agora
Nesta selva de pedra e cheia de maldade
Alí deixei parte da vida e com ela minha felicidade.
Essa lembrança amarga que tenho da minha infância
É o que move e não deixa acabar
O que aqui dentro do peito chamo de esperança
De um dia aquilo tudo poder voltar a desfrutar.
Mas eu sei que isso é uma visão e que só estou sonhando
Pois quando acordar verei que o progresso alí já chegou
Destruindo meu paraíso e meu sonho eliminando.