"Vida, minha vida, olha o que..." - Parte II

Aos dez anos apaixonei-me, por um menino da escola. Olhos nos olhos... Coração já pulava, e não tão diferente do que insiste em fazer ainda hoje, quando teimo em me apaixonar de novo.

Paixão curtida, amor não declarado. Onze anos, uma paixão avassaladora, tanto quanto platônica por meu professor de matemática. Ele era lindo, loiro, olhos verdes. Ele devia ter seus 22 anos. Eu era a melhor aluna da escola. Ele vinha toda tarde na minha sala pedir meu caderno para passar para o diário a matéria que tinha dado. Era um elogio, um afago no meu coração de menina-moça. Tinha uma idéia, apenas do que viria daí por diante.

Uma vez, uma pessoa que conheci me disse que eu sou apaixonada demais. Que devia procurar os "Pessoas que amam demais, anônimos". Me disse que era um vício, como outro, e que eu precisava de cuidados. Eu sabia que ele era o doente, querendo dividir comigo sua dor, o ouvi e fui ler o que tinha na net sobre o assunto.

Ele se enganou. Pois a minha paixão, antes de tudo, é pela vida. A motivação de amar é parte dela. Sobreviver apenas, não vale. É preciso saber viver.

continua...

Sônia Casalotti
Enviado por Sônia Casalotti em 05/12/2008
Código do texto: T1320718
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