SÉRIE ALMAS PEQUENAS Nº01 - O INVEJOSO

Penosa cruz é essa que agride os ombros do invejoso;

Ter de atacar seu admirar mais ardoroso, sorrir com o âmago a sangrar;

Fingir um construtivo criticar e não admitir seu pretender mais desejoso;

Dizer até que sente nojo do que a sua incompetência adoraria alcançar!

Inveja é pretensão de ser capaz de ir além do que consegue;

É o ego que concebe o plágio imaginário de suas irrealizações;

Aponta imperfeições, quando o aplauso interior sua vaidade fere;

A única ética que lhe concerne é honrar suas pobres criações!

O êxito alheio lhe fere mortalmente e seus ossos amargurados se quebram;

Pois tudo que seus discursos renegam, em verdade seus anelos mendigam;

Mas nem todos intrigam, posto que por vezes como amigos e fãs se revelam;

E de tal forma sob máscaras se esmeram, que até nossos olhos duvidam!

Não deve ser fácil o ofício infeliz de um invejoso;

Seu pensar tão jocoso não pode evitar seu final solitário;

Não consegue ser páreo e nem mesmo escalar o patamar talentoso;

Pra si mesmo é mentiroso, um refém venenoso de um lodoso mundo imaginário!

"A casa predileta da inveja é o discurso humilde" (Reinaldo Ribeiro)

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 03/12/2008
Reeditado em 23/01/2009
Código do texto: T1316397
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