Serenidade

Não sei se é fome ou é pensar em você que faz meu estômago contrair assim, parece querer com esse movimento retrair o amor que insiste em ser digerido por esse corpo estupidamente idiota. Só de lembrar do seu semblante meus olhos se enchem de água, parece querer com essa reação involuntariamente inútil afastar tua visão de minha mente.

Ao seu lado meu coração não dispara, minhas pernas não tremem e minhas mãos não suam frio. Meu sistema nervoso autônomo parece nem ao menos existir, não há nenhum espasmo que sugira alguma adrenalina percorrendo meu corpo.

Há um sossego indiferente, uma paz não pedida, parece que meu coração mergulha em uma banheira de água serena e fica ali a boiar, não está leve nem pesado, apenas está.

Ligo a TV, e realmente acho que é fome.

Jéssica Valim Amâncio
Enviado por Jéssica Valim Amâncio em 02/12/2008
Reeditado em 02/12/2008
Código do texto: T1314741
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