Diálago: Conciência e Eu
EU: - É o 1º de dezembro! Chega me dar arrepios!
Conciência: - Por quê?
EU: - São trinta dias para o fim de um ano, que é estranho, depois de tanto tempo ainda tenho essa sensação de perda.
Conciência:- Seu problema é não gostar de despididas.
EU:- Não! Meu problema é não aceitar os finais. Nem finais de anos, de filmes, de ração de cachorro, de conversa boa, de livro agradável. Devo ter algum defeito de fábrica, não que eu queira ser imortal, e admito que algumas coisas só ficam boas com o final (o ano não é uma delas), mas Deus deve ter deixado muito pó de eternidade cair perto dos meus olhos na hora da minha construção. Tenho os olhos num infinito além do horizonte perdido, numa fé que tudo não tem fim, só muda de forma e direção.
Conciência: - Não conte comigo pra essas idéias malucas. Você tem passado muito tempo com a prima Inconsiência e com Tio Sonho pra falar comigo assim. Te recomendo não perder tempo com essas coisas, olha bem pra minha amiga Realidade pra não ter dúvidas. E volta logo pra sua função, que seu horário de almoço já acabou!
EU: - É por isso que não gosto de minutos de relaxamento durante o expediente, esse choque de parar de "falar" com você tão de repente, vai acabar me deixando de vez inconsiênte.