Cura
Quando se adoece de paixão
E o coração busca afoito o sentimento
Não se medem consequências
Para satisfazer a fome que consome.
Quando se rompe a paixão
A dor vem a princípio, forte e devastadora
Depois, dia a dia, em doses menores
Destila e avassala o terreno da alma.
O tempo, remédio sábio, passa
Dias e noites sem fim, solitários e tristes
E o coração vai buscar alimento
Na alegria das bobagens cotidianas.
Mas, teimoso que é, vez por outra
Faz com que as lembranças voltem
E não apaguem a imagem, que insiste.
Deus, pai de todos, bondoso
Coloca mais uma noite seu manto
Sobre meu amor desgraçado.