Convicção

Das coisas todas em que creio, a que me deixa mais tranqüilo talvez seja o que consome a maioria das pessoas; a passagem do plano físico para o espiritual. O medo da chamada morte, o deixar coisas e pessoas para trás, o agarrar-se com gancho à vida quando o momento é de partida. Quase nunca se pensa no que foi construído, na herança pela educação deixada aos filhos e netos, na paz alcançada pelo que foi possível realizar. Quase sempre o “sentimento que fica é o de que “ainda é cedo“” tenho muito por fazer. “Não construí quase nada do que sonhei” Se não construiu, paciência. Talvez a vinda aqui tenha sido apenas para alicerçar não o de concretizar A fila é inexorável, caminha à revelia da nossa vontade. A morte já veio na condição feminina para aliviar a tensão, ser mansa, amena, aceitável. Vê? Minimamente já há um lado positivo no encontro com a morte. Tenho convicção de que minhas dores e alegrias são lições e alimentos para quando eu retornar ao mundo físico. O que construí de bom vou continuar e o que fiz de mal ou errado terei a oportunidade para refazer. As pessoas que amei estarão ligadas à mim por esse amor - foi criado o laço e esse não se desfaz.