Em pensamento só imagino um carinho no rosto.
Se pessoas imaginam coisas, por que eu imagino palavras?
Ali um conto, aqui um poema. Todos escrevem, todos cantam.
Eu olho de um lado, nada vejo, me viro a cabeça para cima e vejo palavras.
Nenhum sentido, pode acreditar! Mas ali estão mil letras. Se juntando elas vão, ainda sentido nenhum há, pode acreditar!
Nos olhos há paixão, mas só vejo letras. Elas andam um pouco, dançam, parecem brincar com minha paciência.
A boca emana uma canção, dizem que é de amor. Só vejo letras, bolinhas pretas.
Nada disso pra mim tem sentido, pode acreditar! Se nada sinto, não existe o porquê escrever. / Ah!
Eu não acredito em nada que digo, nem meia palavra, pode acreditar!
Em um carinho eu vejo sentido. Meus sentidos saem do ar, pode acreditar! Pode brigar, pode abraçar, nem tudo tem tanto valor. Mas se me faz um carinho no rosto, Ah! Pense o que quiser, mas ali um sentido há!
Fácil não? Na dança das palavras todos dançam, ninguém para! Nunca mais coisas vou querer imaginar, pode acreditar! Se for palavras que devo imaginar, que assim seja, não importa o que virá!