SÓCRATES E AS TRÊS PENEIRAS

[Os pensadores nos deixaram pedras preciosas das idéias ]

Acompanhei a Pedagoga Ednalva minha esposa, em sua busca por um material bom para levar a reunião dos professores, da escola onde ela trabalha como Coordenadora Pedagógica.

Como sou muito curioso por livros, idéias e papéis escritos, perguntei a ela sobre a mensagem que havia encontrado, disse-me – Não se trata de mensagem, mas uma passagem do pensador Sócrates que considero útil, para que nós e nossos colegas professores tenhamos critérios na busca de soluções e até mesmo para nos dirigirmos aos nossos colegas de nível hierárquico superior, até para não levarmos bobagens e assuntos que a nada levarão.

Com minhas insistências ela buscou o material na sua pasta de serviço e me mostrou. Tratava-se de uma regra do filósofo Sócrates, intitulada de regra dos três peneiras, primeiro achei uma bobagem, uma brincadeira para passar tempo, mas refletindo melhor percebi a grandiosidade do pensamento socrático.

Um cidadão chegou-se a Sócrates e disse-lhe baixinho, aos ouvidos: - Como teu amigo, tenho algo grave para dizer-te, em particular.

Elegantemente, Sócrates retrucou-lhe – Espera! Já passaste o que tem a me dizer sobre a regra das três peneiras?

Espantando, o homem exclamou: - Três peneiras!

Sócrates – Sim, meu caro amigo, três peneiras. Vamos observar se tua confidência passou por elas. A primeira peneira é a verdade. Guardas absoluta certeza quanto àquilo que pretendes comunicar?

O “amigo” de Sócrates – Bom, assegurar-me mesmo, não posso... mas ouvi dizer...ponderou ele.

Sócrates – Exato. Decerto ponderou o assunto pela segunda peneira, a bondade. Ainda que seja real o que julgas saber, será bom o que me queres contar?

O amigo de Sócrates, respondeu prontamente: Isso não. Muito pelo contrário...

Sócrates – Ah! Então recorramos à terceira peneira, a da utilidade, e dize-me o proveito do que tanto te aflige.

O “amigo” de Sócrates – Útil? Útil não é. – disse agitado.

Sócrates arrematou – Se o que tens a contar não é verdadeiro, nem bom, nem útil, esqueçamos o problema e não te preocupes com ele, já que de nada valem casos sem edificação para nós.

Acredito que esta história e passagem do grande pensador Sócrates, nos traz uma grande lição. Principalmente quando o que vamos falar é um juízo sobre uma pessoa ou um fato. Pergunta-se sobre a verdade, a bondade e a utilidade é uma forma de pensarmos (e agirmos) com base em critérios justos e úteis a nossa vida.

Manoel Vitorio
Enviado por Manoel Vitorio em 24/11/2008
Reeditado em 25/11/2008
Código do texto: T1300876