Um pouco de alegria
Sábado à noite assisti a um documentário no Animal Planet sobre as batalhas pela vida no fundo do mar e outras plagas que a gente nem sabe mais se existem, tal a rapidez da destruição ambiental.
O documentário mostrou diversos bichos e suas estratégias de sobrevivência, o que me faz lembrar de uma piada do Woody Allen a respeito da cadeia alimentar: parecia a ele "um grande restaurante".
Voltando ao lado sério da questão, o documentário informa sobre a inteligência arguta, mas específica, de seres que vão do tubarão martelo à mosca do berne, e nos leva a pensar que nada (ou quase nada) sabemos do sentido da vida. Basta vermos o esperto balé de um cardume de sardinhas para nos revoltarmos contra a ação predadora do homem. Claro que nossas barriguinhas têm fome todos os dias, mas seria preciso agirmos com um pouco mais de calma.
De todo modo, o ponto aonde eu queria chegar era outro. Se a inteligência (ainda que a chamemos instinto) move até minúsculos e intragáveis seres cobertos de gosma e espinhos, o que diferencia de fato os seres humanos e alguns primatas do restante dos animais?
Mais inteligência? Consciência?
Não sei não...Já está em tempo de utilizarmos outros referenciais de inteligência. A nossa anda nos levando a situações em que a burrice (perdôem-me os burros de verdade) serviria como parâmetro mais preciso. E a consciência, por seu turno, permanece um grande mistério. Quem dirá que não está presente no peixe palhaço?
Chego ao ponto, afinal. Esse pequeno e colorido animal (a despeito do nome)não ri, assim como os membros de outras espécies. A hiena ri, mas apenas por imposição de um ponto de vista humano sobre o aspecto de suas mandíbulas.
Alguns macacos parecem rir, é verdade. Mas rir mesmo, com gosto, e tantas vezes com veneno, só os seres humanos.
Aliás, de que é mesmo que andamos rindo?