COSMOS DO PENSAMENTO

Lê na sinceridade do meu olhar as denuncias de amor

da minha alma oculta nas pinturas da solidão.

Sente o aroma das fragrâncias desaguadas na poesia

das palavras sublimes que resgato dos teus olhos,

que dragam o mar imenso no crepúsculo do meu peito,

onde vejo a limpidez do teu interior que me preenche

o vazio a tempo de chegar à brisa da tua imensidão

pelos sorrisos que me dás contida em mim.

Avivo os vulcões,

que aquecem o futuro de um nós num olhar profundo

que nos abraça o corpo com sensações de querer

mais e mais até que se esgote o inesgotável

mistério da longínqua existência,

libertos na ebulição de um beijo molhado

por emoções verdadeiras,

temperado sem segredo por tempestades

que nos arrepia a pele com desmaios de fogo,

rugindo sons de paixão no jardim da nossa química.

Desnudo o teu rosto com as sombras extintas

da tua beleza eterna com gestos apaixonados,

adormecendo a minha mão no delírio meigo

das tuas formas perfeitas para escrever

na cor dos teus lábios a voz silenciada

pelo desejo de ser o teu anoitecer ardente,

ser a almofada dos teus sonhos e ser o amanhecer

das flores que te perfumam de mulher.

Embarco estonteante na proa do sol que há em ti,

no mais intimo de ti na confissão escutada

na tua vontade de sorrir aos nossos sentimentos,

ao encontro do infinito no cosmos

do pensamento...