Feira no interior... sem igual!
"Na feira de Caruaru, tem coisa pra gente ver. De tudo que há no mundo, nela tem pra vender." Gonzagão já entoava esse coro a muitos anos atrás. Desde menino ouvia a sua voz potente dizer isso, enquanto percorria feiras semelhantes espalhadas pelo nosso Sertão.
Quando criança, em minha cidade de alma, Aporá, mal podia esperar as quintas-feiras para sentir o frisson do vai-e-vem das pessoas, das visitas dos compadres que vinham da roça para a casa de meu “vô” Dantas e, claro, o momento de ir para a feira.
“Bença” madrinha, “bença” padrinho (que Deus os tenha!), essa era a chave para abrir os corações de Tia Gessi e Tio Paulo, também meus padrinhos, e angariar alguns fundos para a comprar dos bens mais valiosos que eram vendidos nas feiras do Aporá: doces, pastéis, sucos, bonecos de barro, “neguinhos” de plástico, piões enfeitados, estilingues e bolas de gude. E pensar que em dias atuais mais vale uma “caixinha de luz”, que uma volta por entre as mais excêntricas figuras que compõe uma feira nas cidadezinhas do nordeste.
Oh! Mundo velho, cheio de ladeira e buraco!