A ILUSÃO É NECESSÁRIA AO SER HUMANO DESDE O NASCER AO PÔR-DO-SOL

Não pretendo me estender muito e nem usar termos técnicos, pois meu objetivo é provocar uma reflexão aos leitores.

Desde a nossa infância estamos cercados de certas ilusões, que são necessárias ao nosso desenvolvimento, ao nosso crescimento pessoal e social, ao desenvolvimento do nosso “eu”. Imaginamos que os pais são tudo em nossa vida e que não existe outro mundo lá fora; se existe, não nos arriscamos a sair e explorar sem eles, pelo menos até certa idade. Quando estamos mais desenvolvidos, os pais deixam que a gente explore o mundo, e o choque é inevitável. Os protetores agora estão longe e temos um mundo a explorar. Questão de sobrevivência. Adaptar-se é preciso. A ilusão foi necessária para completar nosso desenvolvimento e estarmos prontos a explorar. Mas temos medo do desconhecido, por isso, buscamos a proteção que agora não está mais lá. Refiro-me a uma proteção em que recebemos quando nem engatinhamos. A partir daí, é por conta nossa, mas é claro que os pais estarão nos vigiando e protegendo, mas deixando-nos a liberdade de explorar.

Crescemos e palmilhamos o mundo arduamente. Das muitas ilusões, tipo bicho papão, papai Noel, etc. (claro q existem bichos papões, mas não do jeito que nos contam; bichos papões são os homens maus, destruidores de sonhos. O papai Noel é Jesus, que nos dá tudo o que precisamos, mas não vá contar isso às crianças, a ilusão é necessária, a magia não deve ser quebrada). As mais intrigantes são as originárias no período da adolescência e também no casamento.

As ilusões da adolescência todos nós temos. Conhecemos alguém, e esse alguém parece perfeito para nós; (na realidade, temos essa certeza). Aproximamos-nos dessa pessoa porque queremos o melhor, e ela é o melhor para nós naquele momento( pela eternidade, pensamos) após algum tempo essa ilusão se desfaz, geralmente quando vemos a pessoa idealizada cometer atos contrários à nossa opinião. Temos uma “desilusão amorosa” a dor é muito grande, o sofrimento é sem fim, mas ai vem outro amor e tudo fica colorido de novo. Se enxergássemos apenas defeitos, a coragem de se aproximar seria menor. Mas é preciso ter cuidado. Devemos aceitar o outro com suas qualidades e defeitos, saber enxergá-los e valorizar a pessoa do jeito que é sem julgá-la erradamente. No casamento também temos ilusões, somos apaixonados, o outro é perfeito. Quando se acabam, vem a rotina e toma conta. Vemos os defeitos e temos arrependimento. Mas quem valoriza o outro do jeito que é não se arrepende, pois conseguiu uma pessoa com muitas qualidades, que o atraiu até ela. É preciso não deixar a rotina e as decepções esfriarem a relação.

Essas ilusões são necessárias para desenvolver em nós a maturidade, a experiência o conhecer, o sentir, a emoção, o tato, desenvolver o nosso “eu”.