SERÁ QUE SOMOS ZUMBI?
“Andando no mato eu vi, zumbi, zumbi, zumbi. Era um negão fugindo do capitão do mato”. Este é um trecho de uma música que eu fiz há mais de vinte anos. E agora em pleno século 21 não vejo muita diferença, o negro ainda continua fugindo do seu próprio destino, ou às vezes de sua realidade. Se encontrando no samba ou no futebol. Mas o resto continua na mesma. A evolução ainda é pequena perante a necessidade da questão. A cor da minha pele não deveria me dar o direito de ter uma cota em universidades. A cor da minha pele não deveria me fazer melhor ou pior do que qualquer cidadão que ocupa o mesmo chão, que respira o mesmo ar, que também chora, canta, ama, que também é amado, mata, e também pode ser morto, ou melhor quase sempre é morto. A cor da minha pele não deveria fazer de mim um poeta, um cantor, um jogador de futebol, ou até mesmo um universitário. Eu queria ser avaliado pela minha capacidade, pela vontade que eu tenho de viver, de crescer. Eu queria ser visto pelo meu jeito de ser, e não porque eu posso processá-lo por me chamar de negão. Eu não queria estar escrevendo este texto. Apenas queria estar escrevendo um simples texto com qualquer tema. Mas dia 20 de novembro comemora-se o “Dia da Consciência Negra”. Por que será? Será que o negro não tem consciência? Não seria melhor conscientizar o mundo que somos filhos de um só Deus? E que a cor da nossa pele não nos tira esse direito? Direito de ir e vir? De ocupar seu espaço, buscar seus objetivos independentemente da nossa cor? Eu não quero um dia de consciência, eu quero uma vida. E assim seja.