Corpo e Alma
Meus mais remotos medos acioanam um terremoto em mim. Meu corpo chacoalha como se estivesse em pleno carnaval. Minha alma trancafiada quer sair a todo custo, jura que é separada do corpo, que não depende de carne podre alguma que a envolve e a infecta.
Minha alma pede piedade pelos pecados que o corpo comete. O corpo não se culpa, não tem cura, a carne é crua, fraca, nua. A alma é culpa, leve culpa, neutra, trêmula, carregada de desejos reprimidos que o corpo põe em ação através de atos insanos, incontroláveis, impensáveis.
Corpo é espasmo involuntário de alma. É fraco, pois é submisso ao querer, ao poder, ao desejo. E mesmo assim ele pode tudo, vai de extremo a extremo, serve para o prazer da dor e para a dor do prazer, serve para servir, para viver e morrer.
A alma fica, desliza por submundos, imundos, se evapora. Vai para fora, entra dentro do nada, e paira no vácuo desconhecido...
paira...
paira...
...para