PINGOS DE CHUVA
Isso não se faz
Não é coisa normal
Não é uma coisa racional
Não é mesmo nada que apraz
É um sofrimento medonho
Que vem de dentro da alma
Através das lágrimas que caem
Sentidas, doloridas, machucadas
E perdidas que não servem para nada
Nem para molhar a planta que na jardineira
De tão sozinha já não mais encanta
Sobrevive por culpa de alguns pingos de chuva
Que vez ou outra por pena ou pirraça o vento trás
A solidão é tanta e mais que tanta
Que machuca e cai por falta de esperança
Sem firmeza e sem apoio em abundância
Termina se perdendo num espaço vazio
Onde nem o eco atende ou responde
A vida não é nada santa
Maltrata, tripudia e poucas vezes acalanta
Continuo sem entender
Porque me faço tanto sofrer
Só sendo por querer. Acho que sou burra
Não por um dia, como a minha linda amiga e poetisa Lu Genovez,
Mas por todas as vidas e não só uma vez.