Eu morri

É a vida é engraçada... Ainda lembro, quando pequeno eu ficava pensando, o que acontece quando a gente morre, para onde vamos?

Eu pensava ah! Eu não vou querer morrer.

É mas todos os dias tem gente nascendo e gente morrendo, e assim eu fui crescendo, e o tempo foi passando.

Aos pouco fui entendendo que a vida é um ciclo da natureza, tudo que nasce um dia tem que morrer.

Pois é eu tinha tanto medo de morrer, que ficava imaginando, eu caminhando sozinho, noite fria e de repente acontece um blackout, tudo fica escuro, do nada surge uma imensa luz focalizando meu corpo.

Na minha imaginação aquela luz era de tamanha energia que me transformava em um super homem.

Era maravilhoso, o Maximo! Eu ate podia voar, pois é ate em sonho eu lembrava que voava, que bobeira imaginar que voava e nunca iria morrer.

Já adolescente sempre fui alegre, extrovertido e queria aproveitar ao Maximo a minha vida.

Eu tinha muita vontade de pegar o carro do meu pai e dar uns role, só pra sentir a emoção da velocidade.

Meu pai, um homem muito responsável, sabiamente me aconselhava; filho não tenha pressa, tudo tem o seu tempo, quando você assumir a maioridade, você vai tirar a carteira de habilitação e farei o possível pra você ter o seu próprio carro.

Mas eu adolescente impaciente louco de vontade de pegar o volante, e esse dia chegou.

Meus pais foram fazer uma pequena viagem pro interior, e não foram de carro.

Essa era a chance que eu esperava que eu esperava , olhei para o quadro de chaves e estava La a dita cuja, pensei hoje é o dia.

Chamei dois amigos e combinamos de sair- mos a noite e curtir a balada, não demorou muito, logo fomos pra um barzinho tomamos umas cervejas e conhecemos umas gatinhas.

De bla blá blá e blá blá blá não conseguimos convencer as gatinhas a nos acompanhar, pois elas tinham que voltar cedo para as casas delas.

Pois é fomos sozinho dar uns roles na estrada, rodando ate alta hora pela estrada paramos no sinal vermelho, quando emparelha um carro com dois rapazes e nos desafiaram para um racha.

Pensei a estrada estava vazia, não havia perigo falei com meus amigos e de pronto eles concordaram.

Sinal verde pisei fundo e saímos em alta velocidade, ora eu os ultrapassava ora eles ultrapassavam,e assim foi indo.

Durante essas ultrapassagens logo a frente havia uma curva, não diminui a velocidade e com muita sorte consegui fazer a curva, só que durou pouco, em sentido contrario e em alta velocidade vinha uma carreta, não teve jeito em fração de segundos houve um violento choque.

Senti o meu corpo sendo espedaçado pelas ferragens, nem sei o que aconteceu com os meus amigos, a única coisa que eu lembro era eu ou apenas parte do meu corpo estava estatelado no asfalto frio.

Naquele momento parece que passou um filme, tipo uma retrospectiva de tudo que aconteceu em minha vida, e tudo foi ficando embaçado e por fim acho que desmaiei.

De- repente eu estava ouvindo vozes e pude ver nitidamente, um monte de médicos em volta de um corpo, um olhou para o outro e balançou a cabeça com cara de desapontamento e em seguida cobriram com um lençol branco.

Depois o levaram para outra sala e o colocaram numa gaveta, o engraçado era que eu estava sentindo um tremendo frio, eu curioso resolvi abrir aquela gaveta.

Fiquei desesperado, tamanho foi o susto quando olhei para aquele corpo em cima daquele mármore, ai caiu a ficha, era eu, era eu! Não era possível eu estava me vendo morto, quando de repente notei que estava chegando algumas pessoas fechei rapidamente a gaveta.

Tal foi a minha surpresa, eram meus pais e a minha Irma, com os olhos cheios de lagrimas e desesperados choravam,foram respeitosamente retirados por aqueles médicos.

Parece que foi tudo tão rápido que eu os vi arrumando meu corpo com flores e logo eu já estava no cemitério, La estavam meus parentes e amigos.

Engraçado que aos pouco eu estava voltando para o meu corpo, ainda pude ouvir meus pais em pranto chorando e falando, meu filho! meu filho! Por que meu deus?

Meus amigos passavam por mim que pena, tão jovem ele tinha uma vida inteira pela frente, que tristeza.

Após algum tempo pude ver aquelas mãos colocando a tampa do caixão e tudo ficou escuro, senti que estava descendo e logo em seguida senti que estava sendo enterrado.

Fiquei desesperado tentei gritar, me debati me revirei e aquilo tudo me sufocando, quando de repente tudo ficou claro e eu consegui me desvencilhar do lençol e acordei.

Autor: Ivanildo Gomes