De que te valerá?
De que te valerá teus sonhos?
Quando estes céus ruírem
Não mais existirão as nuvens
Onde possas voar...
De que te valerá teus bens?
Quando as veias terrestres esgotarem-se
E nenhum valor poderá comprar
A sede que racha os lábios...
De que te valerá tantos amores?
Quando a escassez for realidade de todos
E a maioria hostil pagar com vida
Por um pedaço de pão...
De que te valerá tuas vitórias?
Quando as terríveis guerras aproximarem-se
E o manuseio de sua espada já não surtir efeito
E tuas conquistas apenas passadas serão...
De que te valerá o sucesso?
Se com ele apenas alimentou seu ego
E mesmo que agora em pedestal
Haverá o dia que será obrigado a ser igual...
De que valerá seus conceitos?
Quando o resultados de seus atos for extinção
E a única paisagem que verá
Serão os rastros de tua própria destruição...
De que valerá o consumismo e os lucros?
Quando não mais houver de onde tirar
Quando tudo o que lucrou a sobrevivência não pagará
Pois não se lucra se não se não puder tirar...
De que valerá teus dias de angústia?
Se eles transformam seus dias em segundos não vividos
Tornando teu interior manchado e ferido
E assim sendo, piores dias não suportara...
De que valerá sua individualidade?
Se o futuro libertador exigir
Que o senso de coletivo impere
E não você não seja mais um, mas um em todos...
De que valerá sua beleza exterior?
Se sem esta pele é igual a qualquer um
E a morte torna teu corpo no caixão imundícia
Um pedaço de carne em putreficação
De que valerá teu prestígio?
Se a realidade for apenas uma
O poder não tiver mais espaço
E nenhum discurso surtir mais efeito...
De que valerá as verdades impostas?
Quando perceberem que nenhuma verdade existiu
A não ser os gritos inconformados
De quem o futuro em suas mãos podiam ver...
De que valerá tua vida?
Quando não mais a sua volta vida existir?
>>01/Nov/2008<<
>^.^<