O Branco

Falamos de coisas bonitas,

E nos alegramos em contar estórias...

No entanto, as fadas já usam vermelho,

E ainda costumamos vê-las de branco...

É engraçado...

Agente ri do absurdo,

E o absurdo acaba rindo da gente...

O Branco, irônicamente colonizou,

E em consequência, índios e negros foram escravizados,

Abriram-se portos, construíram-se indústrias,

Avanços modernos que vagarosamente destruiríam...

Se o branco é a ausência das cores,

Poderia considerar-se limpo...

Mas atrás de um véu, o sangue escorre,

Hoje também, sobre narinas enxarcadas de pó...

Hasteamos a nossa bandeira,

Para que enxergassem as nossas cores...

Hoje, não mais que terceiros,

Derivamos de cores mórbidas...

Não devemos julgar a obra do artista,

É através do autor, que julga-se a obra...

Daí poderemos entender as cores,

Inclusive as nossas próprias manchas de Branco...

É engraçado...

Agente ri do absurdo,

E o absurdo acaba rindo da gente...