Talvegue

O rio continua ali, tranqüilo

Correndo por dentre os vales

Com suas águas claras e frias

Irriga as terras alheias e desconhecidas

De repente, um tiro

Homens, armas e máquinas invadem a calmaria do rio

Espalham as suas águas, às sujam

A água clara agora é barrenta, é turva, quente e oleosa

As botas cruzam o rio em passos firmes, mas, incertos

1, 2, 3, 4, 4, 3, 2, 1

1, 2, 3, 4, 4, 3, 2, 1

Pronto, já está passando... pronto, passou...

O rio agora tenta correr tranqüilo, inútil

Marcas ficaram para sempre no fundo do seu leito

Escondidas porem ali, os homens voltarão

Pois, para eles não há danos, além do mais...

E se houvesse o que haveria demais?

A culpa é do rio que cruza o caminho deles

Hoje eu sou o rio.

O velho moço
Enviado por O velho moço em 31/10/2008
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