Ser humano
Por vezes quero ser a leveza
De uma folha tenra
Que de uma árvore se liberta
E no chão é carreada, involuntária,
Pelos braços cerrados de redemoinhos.
Ou ser como grãos de areia
Que na praia se amontoam e desmancham
entre os ciclos da lua
Ao sabor de vadios ventos marinhos.
Ou ainda ser como pequenos peixes,
Que lépidos se deliciam no caos
Das águas de um rio em corredeiras (...)
Não desejo a mim um ser concreto
Nem extenso, nem conciso.
Quero ser errante, inexato.
Quero ser apenas humano, ser humano.